quinta-feira, 2 de abril de 2020

O Dentista (The Dentist, 1996) | Dir: Brian Yuzna


Por Mauricio Castro
Desde a época das videolocadoras, quando cruzava pela fita VHS na prateleira do terror, que tenho curiosidade de assistir O Dentista, filme do porra-louca Brian Yuzna. Nunca aluguei a fita para conferir, seja por ter outras prioridades, ou por mero esquecimento mesmo. Afinal, quem teve o privilégio de entrar em uma loja dessas nos anos 90's sabe que era difícil manter o foco frente a tantas ofertas cinematográficas (ok, com o passar do tempo descobrimos que eram meia duzia de filmes de qualidade duvidosa, mas era sim, encantador). Corta para 2020, e eis que o advento da internet, e o serviço de streaming, me permitem preencher essa lacuna.

Yuzna é responsável por algumas pérolas do cinema tranqueira como A Noiva de Re-Animator, Society e o subestimado drama-romântico-sadomasoquista A Volta dos Mortos-Vivos 3. Filme que tem muitos detratores, mas eu considero uma obra mal compreendida até hoje, porém, em outra ocasião conversamos sobre ele. Sendo assim, eu tinha grandes expectativas com O Dentista, em parte pela nostalgia e curiosidade da infância, e de resto pelo meu histórico medo da sala de odontologia. Só de pensar no motor da broca e do aço cirúrgico dos aparelhos eu fico desconfortável. 

Em O Dentista revisitamos mais uma vez o batido (e bota batido nisso) argumento: sujeito excêntrico à beira da loucura não diferencia mais realidade e fantasia, se tornando um psicopata violento. Nos dias de hoje eu não aguento mais essa abordagem... apesar que fui ver Coringa no cinema, fui mesmo! Mas O Dentista é um filme de 1995, então, abrimos uma exceção. 

O doutor Alan Feinstone leva o perfeccionismo e a polidez como lema de vida. O amor pelas belas artes e música clássica, somada ao requinte da vestimenta formam de sua persona um erudito indefectível. Porém, a infidelidade de sua esposa irá disparar o alarme para uma jornada de demência e pesadelo. 

O Dentista é vendido como um slasher de humor negro. E até entrega em parte esse material. Contada em flashback, a obra opta pela psique do protagonista em surto e sua obsessões ao invés de mortes criativas e piadas absurdas. Aqui falamos sobre a interpretação de Corbin Bernsen, que leva tão a sério o personagem do doutor, que até nos esquecemos que se trata de um despretensioso filme B , tamanha entrega ao papel. O trabalho de Bernsen é o melhor do filme. Não que falte gore e nojeiras em O Dentista. As cenas de tortura em plano detalhe incomodam sim, e a maquiagem, apesar de precária, não decepciona. Pena que para chegar até essas cenas a gente tenha que esperar por uma hora de conflitos psicológicos e um roteiro (co-escrito pelo mestre recém-falecido Stuart Gordon, dos Lovecraftianos Re-Animator e From Beyond) que se perde na sua narrativa, cria situações desnecessárias e abandona personagens sem dar maiores satisfações. 

Earl Boen e Virginya Keehne

O elenco conta ainda com o sempre carismático Earl Boen, figura clássica da série Terminator, e com um iniciante Mark Ruffalo, dando seus primeiros passos como agente de uma modelo... ou miss-qualquer-coisa. Já a direção de fotografia fica a cargo de Jurgen Baum, constante colaborador das produções vagabundas de Jim Wynorski.

O Dentista não é nem de longe o melhor trabalho de Brian Yuzna, mas alcançou status de cult entre os admiradores dos filmes B. Cumpre bem o papel de um Thriller psicológico e rende bons momentos se visto entre amigos em companhia de umas cervejas geladas, um baseado, e pizza de calabresa. Só não esqueça de escovar os dentes antes de dormir. 


efeitos práticos


Um comentário:

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