terça-feira, 26 de maio de 2020

O Depredador (The Prey, 1984) | Dir: Edwin Brown


Por Maurício Castro

O que acontece quando um diretor de filmes pornô decide pegar carona na onda dos slasher movies? Se você apostou numa obra-prima do subgênero, errou feio. O que temos nesse caso é The Prey, uma tranqueira que pode ser considerado o slasher de acampamento mais arrastado da história!

Sexta-Feira 13 e The Burning, de 1981, renderam muitas cópias. Muitas bem divertidas, algumas que até superam esses dois filmes, mas é incontestável que muito lixo saiu desse formato. Entre essas "podreiras" temos O Depredador (e esse título nacional?! Jesus!).

Como dito acima, o diretor Edwin Brown viu num filme de terror B (bota B nisso) a oportunidade de traçar rumos mais artísticos em sua carreira, saindo do underground pornô e ganhando as telas convencionais. Seria assim, se The Prey tivesse algumas qualidade fílmica. Okey, esse texto está sendo muito duro com a obra, mas ela merece.

A premissa é o de sempre, jovens vão acampar e são atacados por criatura da floresta que foi vítima de um acidente na infância. Um "feijão com arroz", que se fosse modesto na sua construção narrativa renderia um resultado decente como Madman, de 1982, um exemplar de slasher vagabundo, mas divertido.

The Prey teve dois cortes finais. O que eu conferi é o mais longo, pra piorar o que já é sofrível. Essa versão conta com um flashback de quase meia-hora, expositivo e apelativo, afinal, beira o softcore e serve apenas para mostrar uns peitinhos. O outro, deus me livre, nem putaria tem. O restante do longa é preenchido com animais silvestres mostrados em plano detalhe (tipo um documentário do Animal Planet) e cenas aleatórias de personagens matando tempo, numa delas o policial florestal conta uma piada para um cervo! Sim, esse é o nível de The Prey!

O tal Slasher do longa acontece mesmo nos dez minutos finais. Aí tu me pergunta: Opa! Mas aí vira um filmaço? Te respondo: Merda nenhuma! Vira uma vergonha alheia maior ainda! O "monstro" (vivido pelo veterano Carel Struycken, de Twin Peaks e Jogo Perigoso) é uma decepção só. Assim como tudo em The Prey. Assista numa noite de insônia.

Um comentário:

  1. Eu tinha esse VHS lançada pela Lamy Filmes lá na década de 80 ,assisti o filme ,achei um lixo e depois vendi á VHS dela para um sebo lá no centro de São Paulo e não me arrependo de te-la vendido ,tem slasher melhor que esse por aí .

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