Por Mauricio Castro
Muito tem se falado sobre
o remake de Death Wish. Eu confesso que minha curiosidade não foi suficiente
para conferir o novo trabalho de Eli Roth, porém, é só olhar em retrospecto as
obras do rapaz que minha vontade fica estagnada no zero. Desejo de Matar, o
original de 1974, faz parte de uma gama de filmes que, nos anos 1970, explorou
a violência e vingança com boas doses de crítica social. Ao seu lado estão
clássicos como A Outra Face da Violência, I Spit on Your Grave, Aniversário Macabro e Amargo Pesadelo. Isso
sendo raso, é claro, a lista de exploitation de mesma temática é interminável.
Porém, um filme do cinema brasileiro da mesma época dialoga diretamente com
seus pares americanos. O longa em questão é o barra pesada Ódio. Roberto é um
jovem advogado, defensor árduo dos direitos humanos, que sofre uma tragédia
pessoal ao visitar a família na casa de campo de seu pai. Já ao chegar descobre
que seus entes queridos foram feitos reféns dos próprios funcionários do local.
A sequência de humilhações, estupro (tendo como vítimas sua mãe, violada pelo
cano de uma pistola, e sua irmã, ainda criança) e agressões são de revirar o
estomago. Todos são executados, menos roberto, que apesar de baleado,
sobrevive. A partir deste ponto temos nossa jornada em busca de vingança.
Roberto irá atrás de um por um dos quatro assaltantes e, com paciência, dará o
troco. Ódio é uma produção que se tivesse sido realizada na América certamente
seria um clássico do exploitation, e teria entre seus fã Tarantino e Eli Roth,
certamente.
CURIOSIDADE: O ator Celso
Faria (que interpreta Nestor, o líder do grupo) viveu na Itália entre os anos
de 1962 e 1972, e lá atuou em Spaghetti Westerns sob o pseudônimo de Tony
Andrews. Trabalhou em Django Não Espera... Mata!, de 1967, e ao lado de Klaus Kinski
em Sono Sartana, il Vostro Becchino, faroeste de Giuliano Carnimeo (isso mesmo,
o diretor do nosso amado Rato Humano). Na sequência final de Ódio, Nestor e
Roberto comentam sobre os antigos Westerns, chegando a citar o clássico Por Um
Punhado de Dólares. Certamente uma referência aos antigos filmes de Celso
Faria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário