quinta-feira, 26 de julho de 2018

Breakdown - Implacável Perseguição (Breakdown, 1997) | Dir: Jonathan Mostow - Crítica



Por Mauricio Castro

Todo mundo que se interessa por cinema tem carinho por algum filme considerado "menor" e aos olhos de muitos, subestimado. Ontem, revendo Breakdown: Implacável Perseguição(1997), tenho certeza que esse é um dos meus. Dirigido por Jonathan Mostow, que mais tarde faria U-571 e o (muito) questionável Exterminador do Futuro 3, Breakdown é um thriller de ação na estrada, sem lenga-lenga, e certeiro. Até a premissa é urgente e sem tempo pra conversa: Um casal em viagem pelo deserto americano acaba com o carro enguiçado na estrada. Após a garota (Kathleen Quinlan) aceitar carona de um caminhoneiro (J.T Walsh), para procurar ajuda, ela desaparece. E começa a busca de Jeff (nosso ídolo, Kurt Russell) em busca da sua esposa. Uma mistura de Mad Max, Sob o Domínio do Medo e Encurralado. Infinitamente reprisado na tv aberta, Breakdown é um pequeno clássico (particular, ao menos pra mim).



Em breakdown, Kurt Russell sai da zona de conforto do herói de filmes de ação. Ou seja, aqui não temos nada ao estilo Fuga de Nova York, Aventureiros do Bairro Proibido ou Tango & Cash. Sobra a jornada do homem comum, descobrindo-se um sobrevivente e reunindo forças para revidar a violência que sofre. Se acima comparei Breakdown com Sob o Domínio do Medo, uma das obras-primas do mestre Sam Peckinpah, é justamente essa semelhança que salta à tela. Em Sob o Domínio do Medo, Dustin Hoffman, um tímido acadêmico, precisa defender sua casa, a esposa recém-violentada e um rapaz inocente da fúria de caipiras sedentos de sangue. O personagem de Hoffman, sob pressão, se mostra uma fera e parte para a matança. Jeff, o personagem de Russell, irá pelo mesmo caminho. Sem habilidades especiais, sem resistência física, e com um figurino almofadinha, vai dar o troco nos rednecks. 


Breakdown teve o orçamento de 36 milhões e produção do lendário Dino de Laurentiis. Gravado a céu aberto, quase inteiramente à luz do dia, o filme sabe onde usar a verba: carros capotando, tiros e explosões. Cenas marcantes de perseguição são reservadas ao terceiro ato, e um encerramento emblemático que deixa no espectador uma sensação de alma lavada. 




Kurt Russell, Dino De Laurentiis, Jonathan Mostow, e Martha De Laurentiis durante a gravação de  Breakdown (1997)

Nenhum comentário:

Postar um comentário