sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Freaklândia - O Parque dos Horrores (Freaked, 1993) Dir: Alex Winter e Tom Stern - Crítica


Por Mauricio Castro 

Alex Winter, figurinha conhecida pelo seu papel em Bill e Ted: Dois Loucos no Tempo, assume a direção em um filme que acabou se tornando um pequeno clássico do Cinema em Casa dos anos 1990. Estamos falando de Freaked, ou Freaklandia: O Parque dos Horrores, como ficou famoso na extinta sessão vespertina do patrão Silvio Santos.

Uma comédia de humor, no mínimo, peculiar. Lançado em 1993, a produção capta muito o tom das piadas da época, como Beavis and Butt-Head e AAAHH!!! Real Monsters (lembra?!). Esse toque cartunesco (e completamente retardado) é apenas parte da receita. Para completar, temos nojeiras à Cronenberg, referências a clássicos do Sci-fi e Horror, e um elenco que reúne o "fino da bossa" do cinema B. 


Alex Winter, além de dirigir, atua no papel de Ricky Coogan, o astro de cinema que aceita uma bolada para promover um adubo, um tanto suspeito, na américa do sul. Chegando ao local, Ricky dá de cara com ativistas e se interessa por uma das engajadas, Julie. Ricky, seu amigo Ernie, e Julie partem para um passeio e curiosos com um Parque de Bizarrices, decidem conhecer o local. Depois disso, é ladeira abaixo. 


Como dito antes, Freaklândia conta com um time e tanto! Voltando da Lagoa Azul temos Brooke Shields, MR.T, o negão porrada de Esquedrão Classe A e Rocky 3, Bobcat Goldthwait de Loucademia de Polícia, Randy Quaid, nomeado ao Oscar e ganhador de Globo de Ouro, mas que por nós, sempre será lembrado por Férias Frutradas, Michael Stoyanov da série Blossom, e Keanu Reeves, como Ortiz, o garoto-cão (rs).


Freaklândia surgiu de dois projetos bem modestos: O MTV Idiot Box, no qual Winter era roteirista, e o curta, de 11 minutos, intitulado Bar-B-Q. 

Com um orçamento de 12 milhões de dólares, Freaklândia se tornou, segundo seus próprios criadores, um cult instantâneo. Agradando crianças e adolescente, por seu tom infantil e descompromissado, e os fãs de horror, que sacaram as referência à Freaks, clássico maldito de Tod Browning. 

Ah, e a trilha sonora, rechada de punk e hc, fica a cargo dos Butthole Surfers!

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Summer of 84 (2018) | Dir: Anouk Whissell, François Simard e Yoann-Karl Whissell - Crítica


Por Mauricio Castro

Os criadores de Turbo Kid desta vez embarcam na onda de revisitar os anos 1980 para contar uma história cheia de mistério, paranoias e hormônios adolescentes. Davey, o entregador de jornais do bairro, assiste a vida passar de forma tediosa no subúrbio e anseia para que  algo diferente aconteça em sua rotina. Quando os noticiários locais começam a informar sobre o desaparecimentos de jovens na região, o garoto vê a chance de partir para uma aventura no encalço do serial killer. Ao lado de Davey, temos a turminha clássica de sessão da tarde: o melhor amigo grandão e medroso, o PUNK taradinho, e o nerd (visivelmente um Bill Gates em miniatura). 


Se em Turbo Kid, (filme visto por poucos, mas admirado por alguns... eu inclusive!) o trio de diretores se arriscava sem amarras, e desafiavam os limites do humor negro, o mesmo não acontece no comedido e "mais acessível" Summer of 84. A produção ao se valer da formula "Stranger Things/It" acaba sendo só mais um na crescente gama de filmes semelhantes. A premissa "Grupo de púberes que saem para uma aventura de verão" tem sido tão explorada, que cada novo exemplar precisa de química, carisma, e ritmo para se destacar.  E destes quesitos, talvez o maior pecado de Summer of 84 seja seu ritmo. Lento e baseado na obviedade. 

Contudo, Summer of 84 mostra ao que veio em seu ato final. Seus minutos finais são dignos de um ótimo slasher e o roteiro decide tomar rumos corajosos na sua conclusão, principalmente em relação à violência em tela. Todo o timing, até então meio broxa do longa, é deixado de lado e ação se desenvolve. Antes tarde do que nunca! 

Summer of 84 pode ser acusado de genérico e menos original, se comparado com Turbo Kid. Mas, ao que se propõe, é competente, e cumpre seu papel de thriller juvenil bem acabado e nitidamente feito com esmero e respeito pela nostalgia.


quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Puppet Master: The Littlest Reich (2018) | Dir: Sonny Laguna, Tommy Wiklund - Crítica



Por Mauricio Castro

"Antes, preciso dizer que isso é apenas uma fanfic, mesmo assim, acho melhor que os últimos três originais". A piada, dita por um dos personagens, cai como uma luva ao novo filme da série Mestre dos Brinquedos. Confesso que eu não estava lá muito interessado (e confiante) nesta sequência, nem mesmo o roteiro, escrito por S. Craig Zahler (diretor dos espetaculares Bone Tomahawk e Confronto no Pavilhão 99) vinha me convencendo que seria algo interessante. Mas sabe de uma coisa? Puppet Master: The Littlest Reich é  divertido pacas e se assume como um filme bobo, e ultra-violento! 


Charles Band, da Full Moon Pictures, e pai da franquia, novamente assume as rédeas da produção e sua presença é nítida nas (cavalares) doses humor negro e a enxurrada de baboseiras que brotam em 1 hora e 30 minutos de filme. As mortes estão hilárias e super criativas neste capítulo, a melhor delas envolve uma gestante. Isso mesmo, ninguém é poupado nas mãos dos brinquedos. Mas não se preocupe, a cena é uma galhofa só e nada além de cômica.

O elenco é um deleite aos amantes dos filmes vagabundos dos anos 80: A musa Barbara Crampton, nosso amado Udo Kier (que aliás, é um dos meus Dráculas favoritos, o assista em Sangue para Drácula, de Paul Morrissey), temos ainda Matthias Hues, figurinha carimbada em filmes de artes marciais das décadas de 80 e 90. 


Puppet Master: The Littlest Reich é uma baita homenagem para uma franquia que nunca foi lá essas coisas, mas que ainda rende boas risadas.

sábado, 4 de agosto de 2018

Errementari: El Herrero y el Diablo (2017) | Dir: Paul Urkijo - Crítica



Por Mauricio Castro

Sendo bem direto, Errementari é um filmaço! A Produção do cultuado Álex de la Iglesia é um deleite aos entusiastas da fantasia e do horror fabulesco. Ambientando pouco após a guerra das Carlistas, no século 19, o longa de Urkijo usa (e muito bem) a premissa do mal mundano contra males maiores, e mais perversos. Temido por todo o vilarejo, o ferreiro Patxi é considerado pior que o próprio demônio, anti-social, traumatizado e cruel. Mesmo com essa (má) fama, um representante do governo decide investigar sua casa (leia-se fortaleza) e hábitos. Nesse local, o investigador, o padre local e uma menina curiosa irão descobrir que o ferreiro é responsável pela guarda de um mal ainda pior. Com um roteiro bem amarrado, que poderia ter saído de um livro dos irmãos Grimm, e uma recriação de época modesta, porém, super eficaz, Errementari é um filme que te ganha na base do carisma, principalmente por conta de Patxi e da pequena Usue.