quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Summer of 84 (2018) | Dir: Anouk Whissell, François Simard e Yoann-Karl Whissell - Crítica


Por Mauricio Castro

Os criadores de Turbo Kid desta vez embarcam na onda de revisitar os anos 1980 para contar uma história cheia de mistério, paranoias e hormônios adolescentes. Davey, o entregador de jornais do bairro, assiste a vida passar de forma tediosa no subúrbio e anseia para que  algo diferente aconteça em sua rotina. Quando os noticiários locais começam a informar sobre o desaparecimentos de jovens na região, o garoto vê a chance de partir para uma aventura no encalço do serial killer. Ao lado de Davey, temos a turminha clássica de sessão da tarde: o melhor amigo grandão e medroso, o PUNK taradinho, e o nerd (visivelmente um Bill Gates em miniatura). 


Se em Turbo Kid, (filme visto por poucos, mas admirado por alguns... eu inclusive!) o trio de diretores se arriscava sem amarras, e desafiavam os limites do humor negro, o mesmo não acontece no comedido e "mais acessível" Summer of 84. A produção ao se valer da formula "Stranger Things/It" acaba sendo só mais um na crescente gama de filmes semelhantes. A premissa "Grupo de púberes que saem para uma aventura de verão" tem sido tão explorada, que cada novo exemplar precisa de química, carisma, e ritmo para se destacar.  E destes quesitos, talvez o maior pecado de Summer of 84 seja seu ritmo. Lento e baseado na obviedade. 

Contudo, Summer of 84 mostra ao que veio em seu ato final. Seus minutos finais são dignos de um ótimo slasher e o roteiro decide tomar rumos corajosos na sua conclusão, principalmente em relação à violência em tela. Todo o timing, até então meio broxa do longa, é deixado de lado e ação se desenvolve. Antes tarde do que nunca! 

Summer of 84 pode ser acusado de genérico e menos original, se comparado com Turbo Kid. Mas, ao que se propõe, é competente, e cumpre seu papel de thriller juvenil bem acabado e nitidamente feito com esmero e respeito pela nostalgia.


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