sábado, 22 de junho de 2019

Kickboxer 4: O Agressor (Kickboxer 4: The Agressor, 1994) | Dir: Albert Pyun - Crítica


Por Mauricio Castro

Entre tantos filmes da franquia Kickboxer, por que escolhemos falar logo do número quatro? Ora bolas, por que nesse blog gostamos de filmes de qualidade duvidosa e que mesmo sendo considerados "ruins" tem um bom valor de entretenimento. E kickboxer 4 é uma tranqueira muito divertida!

Após o filme de estréia, aquele clássico com Van Damme, muitas produções picaretas se aproveitaram para usar o termo kickboxer (e distribuidoras brasileiras também!). Porém, Kickboxer de verdade, os "canônicos", são os que acompanham a saga da família Sloan lutando contra  o perverso Tong Po. 

Nesta quarta parte, dirigida por Albert Pyun (De Cyborg - O Dragão do Futuro e Kickboxer  2) temos o irmão mais novo da família Sloan, David, preso (sabe-se lá por que!!!) relembrando os fatos ocorridos nos primeiros três filmes. Os irmãos foram mortos e sua esposa sequestrada por Tong Po (que agora se tornou um traficante no México, puta merda!).

a reação de Tong Po ao ver Kickboxer 4: O Agressor


Tong Po realiza anualmente, no dia de finados, um campeonato de artes marciais (no melhor estilo Grande Dragão Branco) para... na verdade não fica muito claro o sentido desse campeonato existir. O vencedor leva um milhão de dólares, mas enfim, Tong Po é um rico excêntrico e deve gostar de ver sangue.

Ao saber do campeonato, a inteligência policial liberta David Sloan (wtf!!!) para investigar o esconderijo de Po, e também, salvar sua amada (que já está nas mãos do vilão há dois anos!!!).

Tong Po, deixou de lado os torneios para virar um gângster cafona. O ator que o interpretava (Michel Quissi) não quis retornar ao papel, sendo substituído por Kamel Krifa, um personal trainer e amigo de infância de Jean-Claude Van Damme. 

Aqui precisamos abrir um parênteses para falarmos sobre a maldita caracterização de Tong Po. Na intenção (preguiçosa) de deixa-lo parecido com Michel Quissi, lhe foi colocada uma máscara (sim, uma merda de uma máscara!) e quilos de maquiagem, o fazendo parecer o charlatão Walter Mercado.


O elenco de Kickboxer 4 conta com um figura bem conhecida dos fãs de horror. O braço direito do vilão é Tom Mathews (o Freddy, de A Volta dos Mortos-Vivos 1 e 2!). Tom está com um ar totalmente canastrão no longa, exibindo uma tatuagem mais falsa que nota de 3 reais no pescoço e nitidamente desenhada com pincel atômico.


Enfim, Kickboxer 4 é uma sequência odiada pelos fãs da franquia, principalmente os que a levam a sério (como se isso fosse possível). O próprio filme tem momentos de seriedade que beiram a vergonha alheia, e tenta ser realista nas lutas, porém, é impossível não dar risada com o nível de bobagens em tela. E justamente esses "deméritos" que me fazem ser um apreciador deste quarto capítulo de uma série de valor bem duvidoso.


CURIOSIDADES:

- O bar no qual David Sloan arma o maior quebra-pau aparece no 11º episódio da segunda temporada de Twin Peaks, "Masked Ball".


- O Roteirista David Yorkin, que assina Kickboxer 4 ao lado de Albert Pyun, é filho de Bud Yorkin, produtor dos dois filmes Bladerunner.

- Um cena de Stealth, protagonizada por Sloan, tem a única intenção de mostrar um ménage à trois (bem explícito, aliás). Procure a versão sem cortes.


terça-feira, 11 de junho de 2019

Deodato Holocaust (2019) | Dir: Felipe M. Guerra


Por Mauricio Castro

A 15ª edição do Fantaspoa (Festival de cinema fantástico de Porto Alegre) nos brindou com gratas surpresas. A presença do mestre Roger Corman e Christina Lindberg (sim, a  musa de Thriller - A Cruel Picture) deixou os fãs do cinema exploitation em polvorosa. E na sessão de abertura tivemos um ótimo documentário sobre um cineasta que amamos muito: Ruggero Deodato. Este também esteve presente na sessão que o homenageou. Comentando o longa, e como sempre irreverente e resmungão (rs).

O Cineasta tem sua carreira revisitada e contada por ele mesmo. Ao contrário de documentários que são formados a partir de um coro de vozes, Deodato Holocaust aposta no narrador único e confia no ponto de vista do próprio autor sobre sua obra.  Apesar disso, temos certos momentos de questionamentos e críticas em "off", afinal, a obra de Ruggero tem suas polêmicas (sim, a velha lenga-lenga da tartaruga...).

Apesar do título, Deodato Holocaust não usa o clássico filme de canibal como seu carro-chefe. A filmografia de Ruggero é abordada de forma homogênea e bem equilibrada. The House on the Edge of the Park, Raiders of Atlantis, o começo no cinema clássico italiano, a parceria com a Cannon, a amizade com David Hess... O que vemos em tela é um homem apaixonado pela sétima arte, um mestre quando se trata de do it yourself.

Vamos torcer que Deodato Holocaust siga no circuito de festivais e receba todo o reconhecimento que merece. E vida longa a Ruggero Deodato!