quarta-feira, 17 de abril de 2019

Mark of the Devil (Hexen bis aufs Blut gequält, 1970) | Dir: Michael Armstrong


Por Mauricio Castro

Mark of the Devil é um filme mais lembrado pela sua reputação do que pelo seu valor cinematográfico. Injustamente diga-se de passagem, já que o longa é muito mais que o mero sadismo visual que sua fama propaga. 

Primeiro filme a receber classificação "V for Violence", a distribuição de saquinhos para vômito no cinema, chocante e perturbador, e blá blá blá. Mas de fato, esse exploitation sobre a inquisição, que antecipou em décadas o torture porn, merece sim sua atenção. E mais, esse que vos escreve é fã declarado do longa.

Ambientado em um vilarejo da Áustria, no século XVIII, Mark of the Devil irá nos mostrar através dos olhos do jovem inquisidor aprendiz Christian Von Meruh (Udo Kier, um dos nossos favoritos aqui no Blog) toda a barbárie que foi esse período. Seu mentor, Lord Cumberland (o veterano Herbert Lom) é um homem sexualmente frustrado, impotente (tanto ódio e recalque no coração devia mesmo ter um motivo, né?), e acredita fielmente na tortura como modo de purificação da alma, e na palavra do senhor Jesus Cristo (ou seja, gente de Deus fazendo maldade, novidade? Nenhuma). Ao conhecer Vanessa (Olivera Katarina), Christian vê nela uma vítima, condenada injustamente por bruxaria, e começa a repensar suas certezas e crenças. 

Mark of the Devil se vale de um dos períodos mais cruéis da história da humanidade para criar sequências de revirar o estômago dos desavisados. Claro que se tratando de um filme de 1970, pode perder o impacto diante de uma platéia já insensível à violência após os Albergues e Jogos Mortais da vida, porém, é uma obra cinematográfica corajosa. Não apenas pelo conteúdo gráfico, mas também, por tocar na ferida religiosa. 

Curiosidades: 

A trilha sonora de Michael Holm foi usada na sequência de abertura em Hobo With a Shotgun.

O veterano Michael Armstrong foi um dos roteiristas de Lifeforce, clássico de Tobe Hooper

Mark of The Devil teve uma sequência, em 1973, porém, sem nenhuma ligação com o filme original. 




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