segunda-feira, 6 de maio de 2019

Zombie High (1987) | Dir: Ron Link


Por Maurício Castro

Em 1987, Ron Link já era um diretor de renome nos teatros de Nova York. Já tinha dirigido o jovem Robert de Niro, na peça Glamour, Glory and Gold, e o novato Stallone em Somerset Maugham's. Teve também o privilégio de trabalhar com Divine (a atriz cult de Pink Flamingos) em Women Behind Bars. Eis que, Ron decide trabalhar com a sétima arte, e nos entrega o divertido, porém, (muito) confuso Zombie High.

Não se deixe enganar pelo título. Zombie High não tem (quase) nada de zumbis. E se você espera o zumbi tradicional, aquele morto vivo comedor de cérebros, vai dar com os burros n'água. Os zumbis de Ron Link funcionam mais como um crítica, uma metáfora. Calma, já te explico. Avisados? Vamos ao enredo. 

Andrea está em processo de mudança de escola. A bela jovem, vivida por Virgina Madsen (isso mesmo, a irmã do nosso eterno Cão de Aluguel Michael Madsen, e mais lembrada por Candyman), passa por um relacionamento já desgastado e o internato parece uma boa fuga desse problema, além disso, a instituição tem um ótimo currículo e diversos ex-alunos que hoje são político de sucesso. 
Ao chegar na escola, Virginia sente-se atraída, e ao mesmo tempo intimidada, por um dos professores (Richard Cox, de Cruising). Não suficiente, a garota terá outros problemas ligados ao misterioso local.  Entre eles, a descoberta sobre um plano diabólico envolvendo os professores.

Análise com Spoilers:

Na sua primeira hora, Zombie High se mostra com um college movie, ao melhor estilo John Hughes. Ou seja, piadinhas sobre cotidiano adolescente, o conservadorismo americano versus a juventude oitentista, a tensão sexual, enfim, o de sempre, porém sem o mesmo carisma de um Clube dos Cinco, por exemplo.

O filme segue esse tom até quase seu ato final. E é nessa última meia hora que tudo muda, e vai do college ao terror, ou a tentativa de fazer um filme de terror. Bom, vamos lá:

Virgina descobre que os professores usam seus alunos para obter um elixir rejuvenescedor e assim obter a vida eterna. Além de transforma-los em "zumbis", para que esses tenham obediência e sucesso na carreira estudantil e profissional. 

Sim, é isso mesmo que você leu aí. 

Talvez, eu disse talvez, Zombie High tivesse a intenção de ser uma crítica, ou metáfora, ao sistema de ensino americano. E seja um filme de mesma temática que o disco The Wall, do Pink Floyd. Talvez, de novo, seja uma crítica ao governo Reagan. Mas a certeza que temos é que você precisa conhecer essa pequena pérola dos 1980's.



Nenhum comentário:

Postar um comentário