terça-feira, 29 de maio de 2018

Ódio, 1977 | Dir: Carlo Mossy - Crítica



Por Mauricio Castro

Muito tem se falado sobre o remake de Death Wish. Eu confesso que minha curiosidade não foi suficiente para conferir o novo trabalho de Eli Roth, porém, é só olhar em retrospecto as obras do rapaz que minha vontade fica estagnada no zero. Desejo de Matar, o original de 1974, faz parte de uma gama de filmes que, nos anos 1970, explorou a violência e vingança com boas doses de crítica social. Ao seu lado estão clássicos como A Outra Face da Violência, I Spit on Your Grave,  Aniversário Macabro e Amargo Pesadelo. Isso sendo raso, é claro, a lista de exploitation de mesma temática é interminável. Porém, um filme do cinema brasileiro da mesma época dialoga diretamente com seus pares americanos. O longa em questão é o barra pesada Ódio. Roberto é um jovem advogado, defensor árduo dos direitos humanos, que sofre uma tragédia pessoal ao visitar a família na casa de campo de seu pai. Já ao chegar descobre que seus entes queridos foram feitos reféns dos próprios funcionários do local. A sequência de humilhações, estupro (tendo como vítimas sua mãe, violada pelo cano de uma pistola, e sua irmã, ainda criança) e agressões são de revirar o estomago. Todos são executados, menos roberto, que apesar de baleado, sobrevive. A partir deste ponto temos nossa jornada em busca de vingança. Roberto irá atrás de um por um dos quatro assaltantes e, com paciência, dará o troco. Ódio é uma produção que se tivesse sido realizada na América certamente seria um clássico do exploitation, e teria entre seus fã Tarantino e Eli Roth, certamente.

CURIOSIDADE: O ator Celso Faria (que interpreta Nestor, o líder do grupo) viveu na Itália entre os anos de 1962 e 1972, e lá atuou em Spaghetti Westerns sob o pseudônimo de Tony Andrews. Trabalhou em Django Não Espera... Mata!, de 1967, e ao lado de Klaus Kinski em Sono Sartana, il Vostro Becchino, faroeste de Giuliano Carnimeo (isso mesmo, o diretor do nosso amado Rato Humano). Na sequência final de Ódio, Nestor e Roberto comentam sobre os antigos Westerns, chegando a citar o clássico Por Um Punhado de Dólares. Certamente uma referência aos antigos filmes de Celso Faria.

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