domingo, 20 de maio de 2018

Revenge, 2017 |Dir: Coralie Fargeat - Crítica


Por Mauricio Castro

O subgênero Rape and Revenge (produções sobre garotas violentadas que buscam vingança contra seus abusadores) tem desfrutado de novos ares após os remakes dos clássicos The Last House on The Left (Wes Craven, 1972) e I Spit in Your Grave (Meir Zarchi, 1978), simultaneamente lançados em 2009 e 2010. Essa nova abordagem pouco emula a atmosfera dos filmes originais, que apesar da premissa, são trabalhos essencialmente torture porn. Porém, dão oportunidade de revisitar (e descobrir) os títulos da época e ainda permitem que floresçam boas novidades ligadas ao subgênero, como é o exemplo de Revenge, produção francesa de 2017. Jen, vivida pela belíssima Matilda Lutz (de O Chamado 3), aceita passar o fim de semana com o amante, um playboy metido a caçador, e seus amigos em uma casa isolada do mundo em meio ao deserto. Como já citado acima, você bem sabe o que irá acontecer à pobre garota, e melhor, a vingança dela contra os três babacas é de arrepiar. Jen, que inicialmente apresenta a profundidade de personagem de um pires, e exala futilidade, aos poucos, após diversas agruras, vai se tornando uma badass, ao estilo Sarah Connor (guardadas as devidas proporções... e certas forçadas de barra). Um detalhe interessante destaca Revenge dos demais filmes do mesmo estilo: Aqui, o estupro é off screen, ou seja, não é explicito, e nem serve de apelação, com nudez e violência, algo explorado muito nos anos 1970 e 1980. Ambientado em areias escaldantes, Revenge alia suas influências com o cenário digno do cinema pós-apocalítico de Mad Max, Wheels of Fire e Stryker. Apesar de exigir muito de nossa suspensão da descrença em diversos momentos, e usar de artifícios absurdos para justificar conveniências de roteiro, Revenge entrega um resultado final divertido e nos deixa de alma lavada, após os litros de sangue que jorram na tela. 

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